Milho mais caro, alta do dólar e incerteza sobre a venda da boiada impactaram criação. Com alta de preços, Goiás diminui regime de engorda do gado por confinamento
A estiagem e a escassez de pasto marcam o início da temporada de confinamento do gado em Goiás, estado líder desse tipo de criação no país. Nesse período, a boiada fica fechada em baias, em regime de engorda.
O boi chega para o confinamento com cerca de 350 kg e, depois de 90 dias, está pronto para o abate, com uma média de 550 kg.
O estado estima que vai manter 750 mil bois nesse regime neste ano, número 20% menor do que em 2019. Para agricultores, a redução está relacionada com a pandemia de coronavírus, que levou o pecuarista a decidir se venderia os animais mais cedo ou levaria para o confinamento.
Os custos da engorda desse tipo de criação são altos: 80% do investimento está relacionado à alimentação. No início da temporada, são consumidos cerca de 300 mil kg de ração por dia.
Em 2020, o preço da alimentação foi impactado, especialmente pelo milho, um dos principais componentes da ração, que está mais caro. A alta do dólar e do preços dos insumos também pesaram na conta.
No ano passado, o valor diário gasto com alimentação de cada animal era de R$ 7,98. Agora já está em R$ 9,17.
Em compensação, a arroba do boi gordo também subiu de preço, chegando a R$ 203 em Goiás, ante R$ 150 nesse mesmo período do ano passado.
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