Após reabilitação, mas com sequelas de atropelamento, macho da espécie irara ganha novo lar no zoológico da Cidade da Criança thumbnail
Meio Ambiente

Após reabilitação, mas com sequelas de atropelamento, macho da espécie irara ganha novo lar no zoológico da Cidade da Criança

Troncos, um tanque de água e plantas simulam o ambiente natural para o animal, que foi resgatado pela Polícia Militar Ambiental. Macho da espécie irara está em período de adaptação no zoológico da Cidade da Criança
AI/Cidade da Criança
O zoológico do Parque Ecológico da Cidade da Criança, em Presidente Prudente (SP), ganhou um novo morador: um macho da espécie irara, conhecida também como papa-mel. O bicho, que tem o nome científico Eira barbara, foi resgatado pela Polícia Militar Ambiental após ser atropelado e quebrar o fêmur. Ele passou por cirurgia e foi transferido da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu (SP) para o Oeste Paulista.
Embora não seja possível determinar a idade, a veterinária da Cidade da Criança, Érica Silva Pellosi, conta que pelas características “trata-se de um adulto que sempre viveu na natureza, porém, por conta das sequelas do atropelamento, não poderá retornar à vida livre, pois agora depende de cuidados humanos”.
Segundo o município, casos como este demonstram a importância do trabalho dos zoológicos, locais destinados a preservar espécies e voltados à educação da população sobre os impactos de ações humanas na vida silvestre, como atropelamentos em rodovias, diminuição de habitat, tráfico de animais, entre outras questões.
Na última quinta-feira (4), o irara saiu da quarentena, local destinado à observação constante dos animais pela equipe técnica do hospital veterinário, e agora está na área de visitação pública. Agora, o animal está passando pelo período de adaptação.
“Como a entrada de visitantes está suspensa por conta da pandemia de Covid-19, a adaptação à nova moradia será mais fácil para ele, pois não sofrerá estresse com barulho ou movimentação constante de pessoas”, pontua Érica.
O recinto do irara foi ambientado pelos tratadores para suprir as necessidades da espécie. Troncos, um tanque de água e plantas simulam o ambiente natural.
“São animais semi-arborícolas, ou seja, vivem no chão e também nas árvores, pois são escaladores. Nadam muito bem, porém, diferentemente das lontras e ariranhas, parentes próximas, passam a maior parte do tempo em terra, e não na água”, explica a veterinária
Macho da espécie irara está em período de adaptação no zoológico da Cidade da Criança
AI/Cidade da Criança
Papa-mel
Parente da marta e dos fuinhas, a irara é um animal carnívoro e a única espécie do gênero Eira. Sem incluir a cauda, chega a ter 60 centímetros de comprimento. No Brasil, é conhecida por papa-mel. A explicação é simples: este é um de seus alimentos preferidos.
Nos países de língua espanhola, onde é mais abundante, é chamada de cabeza de cejo. Em outras palavras, “cabeça de velho”. Isso porque é cor de cinza, que junto, às orelhas curtas e arredondadas, lhe conferem um ar “quase” humano.
No aspecto físico, tem corpo esguio, pescoço alongado e pernas compridas. Em razão disso, escala como ninguém qualquer terreno e tem, de quebra, habilidades manuais bem desenvolvidas.
Tanto que colhe mamão, outro alimento que aprecia, sem dificuldade. Para isso prende-se no alto da árvore com as patas traseiras e a cauda. E com as mãos, literalmente, gira a fruta até apanhá-la. Entre os hábitos cotidianos, vivem aos pares e deixam seu cheiro impregnado nos galhos por onde passam.
Embora se alimentem de frutas e mel, elas são principalmente carnívoras (comem ratos, aves, esquilos e até cutias).
Macho da espécie irara está em período de adaptação no zoológico da Cidade da Criança
AI/Cidade da Criança
Veja mais notícias em G1 Presidente Prudente e Região.

Tópicos