Entre os profissionais empregados, 40% relataram ter medo de perder o emprego e depois ter de competir com profissionais mais qualificados para se recolocar. OIT divulga dados sobre impacto da pandemia no mercado de trabalho
Pesquisa divulgada pela Robert Half, empresa de recrutamento especializado, mostra que 86% dos desempregados entrevistados acreditam que terão de concorrer com candidatos mais qualificados. Dentro desse cenário, 90% deles dizem estar preparados para isso.
Outro dado da pesquisa, feita com sete perguntas elaboradas pelo G1, revela que 95% dos profissionais desempregados aceitariam trabalhar em vagas temporárias, ou seja, por projetos, para se recolocar.
Entre os profissionais empregados, 40% relataram ter medo de perder o emprego e depois ter de competir com profissionais mais qualificados para se recolocar. Os outros 60% disseram que não têm esse medo.
Questionados sobre a maior dificuldade para conseguir se manter na vaga, a pressão por resultados e manter a evolução da qualificação tiveram 51% das respostas:
Pressão por resultados: 31%
Manter a evolução da minha qualificação técnica: 20%
Manter a evolução das minhas habilidades comportamentais: 10%
Relacionamento com o gestor direto: 15%
Relacionamento com os pares: 4%
Relacionamento com o time: 2%
Outros: 19%
Questionados se a empresa demitiu profissionais experientes e qualificados durante a crise da pandemia da Covid-19, 35% dos recrutadores disseram que sim, e 65% disseram que não.
Outros 81% disseram que a empresa está preparada para ter de contratar novamente quando a crise passar.
Profissionais e recrutadores retomam a confiança no mercado com relação ao futuro
Autoavaliação pode distorcer realidade
De acordo com Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half, apesar de saberem que vão concorrer com candidatos mais qualificados, os profissionais entrevistados se sentem mais preparados e em melhor condição de disputa. Isso se deve ao fato de que muitos podem ter sido desligados em função da crise pontual da pandemia e não por uma questão de falta de competência. Nesse contexto, com os leves sinais de retomada que começam a surgir, esses profissionais entendem que poderão ter boas oportunidades.
Mantovani chama atenção para o profissional acreditar que é mais qualificado do que de fato é, de acordo com sua autoavaliação. “Se isso fosse verdade, não haveria problema para localizar profissionais no mercado e, na prática, percebemos que há menos profissionais qualificados do que gostaríamos, e muitas empresas nos acionam justamente por isso”, observa.
Segundo ele, um dos maiores desafios das empresas é encontrar profissionais qualificados. Então esse “estar preparado” pode ser por interpretar que o mercado vai se tornar mais competitivo porque o nível de desemprego aumentou ou pode ser uma autoavaliação mais otimista, diferente do que o mercado entende que esses profissionais são na realidade.
“Independentemente de a pessoa se sentir preparada, é importante que ela analise como tem aproveitado esse tempo para ampliar sua qualificação, por meio de cursos e outras experiências. É fundamental que o profissional faça uma reflexão crítica sobre suas reais habilidades e competências e mapeie os pontos de melhoria para, de fato, entender o que a faz preparada e a diferencia dos demais”, aconselha.
Os dados fazem parte da 13ª edição do Índice de Confiança Robert Half, estudo trimestral que mapeia o sentimento dos profissionais qualificados com relação ao mercado de trabalho atual e futuro.
O Índice de Confiança Robert Half (ICRH) é resultado de uma sondagem entre os dias 11 e 27 de agosto com base na percepção de 1.161 profissionais, igualmente divididos em três categorias: recrutadores (profissionais responsáveis por recrutamento nas empresas ou que têm participação no preenchimento das vagas); e profissionais qualificados empregados e desempregados (com 25 anos de idade ou mais e formação superior).
Assista à live Agora é assim? sobre o trabalho pós-pandemia:
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